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Índices de poluição do ar em SP são os piores nos últimos 8 anos



Grande vilão foi o ozônio, que sai dos escapamentos dos carros. Capital ficou 96 dias com o ozônio acima do limite em 2011.



Dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mostram que respirar na região da Grande São Paulo está cada vez mais perigoso. De acordo com o levantamento, em 2011, os índices de poluição do ar foram os piores dos últimos anos. O grande vilão foi o ozônio, aquele que sai dos escapamentos dos carros. São Paulo tem mais de 7 milhões de veículos que entopem as ruas e provocam congestionamentos todos os dias. A inspeção veicular não é suficiente para diminuir o índice. No ano passado, o ozônio passou do limite em 96 dias na capital, o que não acontecia havia oito anos. O ozônio é medido em estações automáticas. O ar é sugado para dentro de um tubo e analisado a cada cinco segundos. “Nós temos uma condição ruim do ponto de vista de emissão, uma frota muito grande de carros, uma condição de emissão bastante alta e nós temos muito sol. Uma cidade muito quente, que tem um potencial de formação de ozônio bastante alto”, explica o meteorologista Carlos Lacava. “Até que a gente tenha tecnologias limpas que nos permitam de fato não ter essa emissão de óxido de nitrogênio, de poluentes que formam o ozônio, nós devemos ter esse problema na Grande São Paulo”, completa Lacava. Essa é uma má notícia para a saúde de quem vive na região. “Vai afetar os olhos quando a gente entra em contato com ele. Piora a qualidade da lágrima dando conjuntivite. O nariz, a garganta, ele é especialista em provocar infecções, rinites, otites. Os asmáticos passam muito pior nesse período. Ele está relacionado também com um pouquinho de risco de pneumonia, principalmente em crianças e idosos. Em idosos ele pode estar associado com maior frequência de infartos agudos do miocárdio”, fala o coordenador do laboratório de poluição da USP, Paulo Saldiva. Uma dica para tentar diminuir o mau ozônio é abastecer o carro de manhã ou no fim do dia para que o vapor do combustível, junto com o calor do sol, não entre em reação química. Também dá para amenizar os efeitos ruins do ozônio para a saúde, evitando ficar exposto ao sol forte. “Ele é produzido logo de manhã, começa às 10 h vai atingir um pico por volta de 14h e vai começar a cair por volta de 16h30. Ou seja, você pode se proteger do ozônio evitando estar ao ar livre, se puder nesse horário, porque o ozônio também penetra pouco nas casas”, explica Saldiva.



Notícia Postada em 01/02/2012

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