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Lei e tecnologia são armas inglesas para evitar violência entre torcidas
Três mil são penalizados por leis específicas contra torcedores na Inglaterra. Bons estádios e comunicação da polícia com torcedores são destaques.
A morte de 39 pessoas em 29 de maio de 1985, no Estádio Heysel, na Bélgica, é provavelmente o mais famoso episódio entre diversos que aconteciam desde os anos 1970 e que fixaram um personagem no imaginário do futebol no mundo inteiro: o hooligan. A confusão aconteceu no final da Taça dos Campeões Europeus, entre o Liverpool, da Inglaterra, e o Juventus, da Itália. Desde então, os ingleses trabalharam arduamente e conseguiram o que parecia impossível: diminuir drasticamente a violência em volta dos estádios. Uma das ações consideradas fundamentais foi a aprovação de leis específicas para tratar do assunto que permitem a exclusão de torcedores por até dez anos.

“Há atualmente cerca de 3 mil pessoas penalizadas por essa lei na Inglaterra e no País de Gales”, explicou Bryan Drew, diretor da UK Football Policing Unit, uma agência britânica que une informações de vários organismos de policiamento no ambiente do futebol, sobre a Football Banning Order.

Para enquadrar alguém nessa lei, o policial deve ter convicções razoáveis para acreditar que a ordem de banimento ajudaria a prevenir violência ou disordem associadas ao futebol, na Inglaterra, Gales ou qualquer outro lugar. O policial pode reter alguém que tenha participado de uma briga, causado alguma destruição, ou ofendido alguém, até 24 horas antes ou depois de jogos. Em seguida, o agressor é levado a um juiz, para o julgamento.

Às vezes, a lei recebe críticas de torcedores e jornalistas por ser excesivamente dura. Os números, porém, mostram uma melhora no ambiente do futebol e uma diminuição na quantidade de torcedores penalizados. Segundo o Home Office, o departamento britânico para, entre outras coisas, segurança e ordem, em 92% dos casos, quem é banido nunca mais apresenta qualquer risco à segurança. Além disso, foram presas, em 2010-2011, 3089 pessoas, 302 a menos que no ano anterior, e muito menos que os 3842 presos em 2007-2008. Nenhum torcedor inglês ou galês foi preso em 2010-2011 em jogos no exterior. Há quase um consenso que a violência nos jogos da primeira divisão do campeonato inglês desapareceu.

“A violência em meados dos anos 1980 e particularmente a morte dos 39 torcedores italianos em Heysel forçaram os ingleses à ação”, conta Dougie Brimson, ele mesmo um ex-hooligan, que abandonou o estilo de vida violento quando percebeu que as brigas estavam cada vez mais sérias, para se tornar autor de livros sobre o seu passado, como “Everywhere we go”. “As autoridades caçaram as gangues com grande sucesso”, diz ele, citando também o uso de circuito fechado de televisão como uma forma de resolver o problema da violência.

Ao ser banido, o torcedor deve ir a uma delegacia para ser totalmente fotografado. Essas imagens servem para identificá-lo, caso tente assistir aos jogos nas arenas. Na entrada de todos os estádios, há uma câmera que fotografa os fãs e envia essa imagem para a sala de controle, onde fica o comando da polícia e a emergência médica. Lá, os policiais usam um software de reconhecimento facial e identificam aquele que foi banido e está tentando entrar.
Diretor da Football Supporters’ Association (FSF), associação que representa 180 mil torcedores em todo o país, Steve Powell explica que é muito incomum alguém tentar quebrar essa proibição.

“As consequências, caso seja pego, são muito severas. Não posso assegurar que funcione em 100% dos casos, mas eu diria que é um número próximo a isso”, diz ele. Ignorar uma ordem de banimento é considerado uma “ofensa relevante”, igual a, por exemplo, carregar uma arma (o que é gravíssimo na Inglaterra). Cada caso é julgado em separado pelo juiz, mas, segundo a Association of Chief Police Officers, que junta a experiência das diversas polícias em toda a ilha, a pessoa pode ser mandada para a prisão por até seis meses, ser multada em até £ 5 mil (cerca de R$ 15 mil) e receber um outro banimento, que é normalmente mais extenso.

Para evitar casos de violência envolvendo torcedores longe dos estádios, dependendo do caso, o banido pode ser proibido até de pegar transportes públicos no dia do jogo e inclusive de ir a lugares que são considerados como potencialmente perigosos, como certos pubs e bares, antes ou logo depois da partida.

Invadir o campo, por exemplo, é considerado muito grave, explica Powell, e só é permitido em casos de emergências ou por uma questão de segurança. Não há uma pena específica para a infração, mas o invasor será julgado e poderá ser banido. Se for o caso de uma invasão em massa, o clube também pode ser penalizado.

O último caso de violência de grande repercussão aconteceu em 2010, em um jogo da FA Cup, o mais antigo campeonato de futebol do mundo, que se joga nos moldes da Copa do Brasil. De acordo com a Metropolitan Police, de Londres, após o apito final da partida entre Cardiff City e Chelsea, os torcedores dos dois times se enfrentaram perto do estádio do time da capital inglesa. Ainda segundo a polícia, mais de 200 pessoas se envolveram na batalha, que teve bombas de gás, e tijolos e cones sendo arremessados .

Do total de envolvidos, 96 foram julgados e condenados a penas de até dois anos de prisão e oito anos de banimento dos estádios. O resultado também aparece nas contas dos banidos: 143 torcedores do Cardiff City estavam cumprindo a pena na última temporada, o maior número entre todos times ingleses e galeses, enquanto o Chelsea tinha 105, o terceiro lugar nesse ranking, logo atrás do Leeds, com 106, cujos torcedores também se envolveram em uma briga com os do Millwall.

Tecnologia
Não é só a lei que bane torcedores e a tecnologia a única forma de lidar com a questão. “Trabalho em parcerias é importante, e na Grã-Bretranha isso envolve o governo, as diferentes autoridades de futebol (federação, associações, clubes), a polícia, os promotores, associações de torcedores, que trabalham juntos”, conta Bryan Drew, da UK Football Policing Unit, que tem em sua alçada instituições como a National Criminal Intelligence Service, a agência de inteligência inglesa, a Association of Chief Police Officer, e a autoridade criada para controlar o banimento dos torcedores.

Já o ex-hooligan e atual escritor Dougie Brimson acredita que não há uma solução simples nem única, muito menos respostas fáceis para a questão dos confrontos entre torcedores.
“A única forma de você verdadeiramente resolver o problema da violência é lidar com a causa dela, que é o ódio. E o jeito para fazer isso é persuadir as pessoas envolvidas a desistir pela sua própria vontade. Infelizmente, isso nunca vai acontecer, e o único jeito é usar metódos para suprimir a violência. Circuito fechado de televisão, legislações etc. Isso não é tão fácil na maioria dos países, e aí você tem os maiores problemas”, conta ele, acrescentando que há pessoas que simplesmente gostam de brigar.

Steve Powell, da associação de torcedores, cita outras medidas, razoavelmente simples, que, na opinião dele, foram as responsáveis por impedir novos desastres como os de Bradford, também em 1985, quando 56 pessoas morreram em um incêndio no estádio da cidade, e em Hillborough, 1989, quando 96 torcedores do Liverpool morreram por esmagamento, após uma falha na segurança.

A primeira, e que pode soar bastante familiar a ouvidos brasileiros, seria o investimento em estádios planejados para serem seguros e a conservação das estruturas – o que, segundo ele, não era comum, já que a maioria dos estádios foi construída ainda no século XIX. A segunda, tem a ver com a profissionalização da segurança prestada dentro dos estádios, geralmente de responsabilidade dos times, e de um canal direto de comunicação entre esse grupo de seguranças e a polícia. Mas a grande arma que a polícia inglesa, internacionalmente conhecida por andar desarmada, pode usar contra a violência é a comunicação.

“Ao informar claramente quais são as regras do lugar, o torcedor poderá decidir o que quer fazer. E somente alguém realmente burro vai querer arrumar confusão, porque as pessoas podem ser banidas de ir aos jogos. Muitas vezes, esse é o maior prazer daquela pessoa que, sem querer, se excedeu, e cometeu um erro. Essa punição, que afasta o torcedor do futebol, é muito dura para ele, por isso as taxas de sucesso são tão altas”, explica ele, acrescentando que quando a FSF recebe uma delegação do exterior, passa informações, na língua deles, sobre segurança, quais são as regras do local, e como se portar durante o jogo, mas também sobre outros aspectos, como por exemplo, onde conseguir ingressos de última hora.

“Muitas vezes os problemas fora do país acontecem por uma diferença cultural. Os grupos não entendem ou não sabem que alguns códigos para determinada cultura pode ser ofensivo. Usar shorts, por exemplo, em alguns lugares é bastante ofensivo. É claro que tal informação sendo dada pela polícia pode ser encarada com um certo desdém, e é aí que a FSF entra, tentando passar informações e ajudar na comunicação”, diz ele afirmando que ainda hoje policiais de outros países ainda veem os ingleses como essencialmente causadores de problema. “O que nós hoje em dia pedimos a polícia é que não trate do mesmo jeito a imensa maioria dos torcedores como se fossem todos potencialmente criminosos.”

No Brasil, o pessoal da FSF disse estar sempre em contato com a Frente Nacional dos Torcedores, [http://www.frentedostorcedores.com.br/], por onde ficaram sabendo da morte dos dois torcedores do Palmeiras, recentemente. Sobre a Copa do Mundo de 2014, ele dá um conselho: “se preparem para o pior, mas esperem o melhor”.

“Trate com respeito e civilidade os torcedores. O que queremos é apenas demonstrar a nossa emoção pelo nosso time, e festejar o jogo. Eu imagino que o Brasil é o lugar onde isso deve acontecer de maneira melhor. Estamos esperando isso em 2014.”



Notícia Postada em 25/04/2012

 
 
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